Censo da educação superior revela importância do EaD na democratização do ensino
Responsável por 66,4% dos ingressantes, modalidade é formada por pessoas mais velhas e alcança regiões remotas do Brasil.
O Censo da Educação Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revela a crescente importância do Ensino à Distância (EaD) na formação dos brasileiros. De acordo com os dados anunciados, mais de 4,9 milhões de pessoas ingressaram em cursos de graduação em 2023. Desse total, a modalidade EaD representou 66,4% (3.314.402) e os cursos presenciais, 33,6% (1.679.590).
“Os dados demonstram, sem sombra de dúvidas que a modalidade à distância democratizou o acesso ao ensino, atingindo regiões remotas e possibilitando a formação a uma parcela da população que tem mais dificuldade de estudar, pois não tem tempo para cindo dias de estudos semanais presenciais”, avalia o consultor de políticas educacionais da Fundação de Apoio à Tecnologia (Fundação FAT), Francisco Borges.
Os dados demonstram o quanto o EaD tem ampliado o alcance da educação superior em todo o Brasil. Em 2023, a matrícula na modalidade EaD estava presente em 3.366 municípios brasileiros, por meio de campi das IES ou de polos EaD. Um aumento de 96% quando comparado com o ano de 2014. Com a evolução somente 6,6% das cidades hoje não contam com educação superior.
Outro ponto de destaque, segundo Borges, é o fato de os alunos do EaD serem mais velhos em média que os do presencial. “São pessoas com idade média maior, que trabalham e, por esse motivo, demoram mais para concluírem o curso. Mas, ao mesmo tempo, o que vemos é que eles têm o mesmo percentual de conclusão que o presencial. Em outras palavras, o EaD é para os alunos mais velhos e mais comprometidos”, destaca.
De acordo com Borges, o resultado apresentado hoje deve servir de embasamento para que o MEC entenda a importância da modalidade à distância como instrumento de democratização do ensino. “O atual ministro da Educação, Camilo Santana, tem construído moinhos para atacar e um deles tem sido o EaD. É esperado que um governo de esquerda seja focado na inclusão. E colocar-se contra o EaD é ser contra a inclusão social. Isso é exatamente o que a modalidade proporciona em um país de dimensão continental e com diversidades enormes”, conclui.
Publicado primeiro em Mundo RH (https://www.mundorh.com.br/censo-da-educacao-superior-revela-importancia-do-ead-na-democratizacao-do-ensino/).
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