Aprendizado de máquina nas escolas prepara os jovens para os desafios da transformação digital no Brasil
Tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data e Machine Learning chegam às salas de aula e consolidam a chamada educação do futuro
“Todo mundo deveria aprender a programar, pois isso nos ensina a pensar”. A famosa frase de Steve Jobs, endossada por outros magnatas da tecnologia, desafia o modelo pedagógico tradicional das escolas mundo afora e levanta a reflexão sobre a importância do aprendizado computacional em um mundo cada vez mais dependente de soluções tecnológicas. Para trocar informações e até para realizar as transações financeiras mais básicas hoje em dia precisamos de algum tipo de computador. Poucas são as pessoas, porém, que sabem como os dispositivos eletrônicos que utilizam quase que o dia inteiro funcionam de verdade.
Bill Gates, criador da Microsoft, advoga mundialmente em favor da disseminação desse conhecimento e defende que programação pode ser compreendida e aproveitada mesmo por quem não pretende seguir carreira na área no futuro. “Aprender a desenvolver softwares amplia a nossa mente e nos ajuda a pensar melhor, um aprendizado que pode ser aplicado em todas as áreas do conhecimento”, disse, em contribuição a um projeto da Code.org, instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo disseminar o conhecimento da informática aos mais variados públicos.
Aprender a programar é uma habilidade tão fundamental quanto o raciocínio matemático, a leitura e a escrita. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, computação nas escolas parece uma realidade ainda bastante distante.
“Iniciando 2020, já tendo passado por 20% do século XXI, a dois anos da implantação obrigatória das metodologias que irão estruturar um ensino voltado a competências e habilidades, não vemos ações inovadoras nos sistemas de ensino público e privado que se diferenciem e conduzam inovações”, ressalta o consultor de educação da Fundação FAT, Francisco Borges. Mas este cenário deve mudar.
De acordo com um estudo do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), divulgado ano passado, a educação deve sofrer forte impacto de tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data e Machine Learning nos próximos 20 anos, com o aumento da inserção do aprendizado computacional em sala de aula.
O estudo “Tendências em Inteligência Artificial na Educação” estima que 50% das escolas públicas e privadas do Brasil lançarão mão de ferramentas de aprendizado de máquina, computação em nuvem e IoT (internet das coisas) até 2030. “Adequar as metodologias de ensino às demandas do mercado para os próximos anos ajudará, inclusive, a reduzir o altíssimo índice de evasão escolar que enfrentamos no país. O uso de tecnologias na educação enriquece a prática pedagógica e coloca os jovens como protagonistas neste novo cenário de transformação digital”, avalia Borges.
A VIA Technologies, multinacional com sede em Taiwan, por exemplo, lançou duas soluções para o ensino de AI entre as crianças que são acessíveis até para aprender em casa, enquanto as aulas presenciais não retornam, por conta da pandemia da Covid-19. A primeira é o sensor de visão VIA Pixetto, uma plataforma intuitiva que facilita a compreensão dos princípios tecnológicos básicos do aprendizado de máquina e estimula o desenvolvimento de projetos de robótica e visão computacional em sala de aula.
“Ensinar aos alunos conhecimento teórico e prático de Inteligência Artificial e Machine Learning, tecnologias que fazem cada vez mais parte do nosso cotidiano, nunca foi tão imprescindível nas escolas do mundo todo”, avalia Richard Brown, vice-presidente de Marketing da VIA Technologies. “ Com o lançamento da VIA Pixetto, nossa meta é atender a essa demanda crescente, oferecendo uma plataforma intuitiva e cativante para estudantes aprenderem e explorarem o potencial de uso em seus próprios projetos”, complementa.
Outra solução inovadora é VIA AI Learning Kit, um pacote educacional que apresenta aos alunos os conceitos básicos de programação de computadores e aprendizado de máquina. O kit inclui todos os componentes de hardware necessários para construir um pequeno veículo autônomo. Depois de montar o veículo, os alunos usam habilidades básicas de programação para ensinar o kit a navegar de maneira independente por uma pista – uma forma básica de Inteligência Artificial. A plataforma de treinamento interativa prepara as crianças para o mundo ao oferecer uma experiência prática dos desafios envolvidos na criação de um veículo totalmente autônomo – um dos objetivos mais importantes no desenvolvimento da IA atualmente.
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