Fundação FAT e Unifil lançam MBAs semipresenciais em Gestão de Projetos em Administração de Produção, TI e Construção Civil

Na nova economia, particularmente por conta da Revolução 4.0, há cada vez menos empregos formais, enquanto que os trabalhos, embora não deixem de existir, passam a ser executados como projetos. Essa nova realidade demanda dos profissionais capacitação na gestão de projetos, tanto em termos gerais como em atividades específicas. Pensando nisso, a Fundação FAT e o Centro Universitário Unifil estão lançando cursos MBAs semipresenciais de Gestão de Projetos em Administração da Produção, TI e Comunicação e Construção Civil.

Os cursos terão têm 390 horas/aula, divididas, ao longo de 18 meses, em atividades a distância, semipresenciais e presenciais, uma vez por mês, sempre aos sábados, na sede da Fundação FaT, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. A diplomação será pela Unifil. Todos adotam a metodologia da aula invertida, em que os alunos estudam o conteúdo em casa e aplicam o conhecimento na realização de projetos em sala de aula.

“É uma forma de trazer o aluno para o centro do processo de aprendizado e tornar o conhecimento mais efetivo. Ministrei uma aula de tendências onde a turma pôde conhecer três metodologias ágeis, desenvolver quatro projetos de design thinking e apresentá-los, tudo isso em oito horas. É o que teremos aqui no curso”, diz João Carlos Boyadjan, coordenador do curso de Gestão da Administração da Produção.

Segundo ele, a nova realidade do mercado de trabalho força os profissionais a conhecer conceitos e práticas de administração que, com a tecnologia, ganham novos cenário e complexidade. “As pessoas que realizarão projetos e elas estão no mundo todo. Da mesma forma, existe um catálogo mundial de suprimentos. A tecnologia traz novas possibilidades sobre onde cada etapa do projeto será realizada. Porém, isso multiplica o número de variáveis que um gestor deve observar, tornando a atividade de um administrador muito mais complexa”, diz.

Voltado a profissionais que atuam ou pretendem ingressar na indústria (primária, secundária e terciária) e logística e graduados em engenharia da produção, vendas, compras e administração, o curso abordará fatores que devem ser administrados em cada etapa da realização de um projeto, desde a concepção do produto até o fim do seu ciclo de vida. “Haverá muita ênfase nas possibilidades abertas hoje pela tecnologia e no que é realizado hoje em todo o mundo. Mas não há uma metodologia padrão. Cada projeto tem de ser pensado de forma própria, caso a caso”, afirma Boyadjan.

Ao mesmo tempo em que gerentes de projetos são os profissionais mais requisitados hoje no mercado de trabalho, a revolução 4.0 torna indispensáveis profissionais que tenham domínio sobre as novas tecnologias. Mas isso é uma realidade hoje no país? Pesquisa realizada pela CNI, Sistema S e Revista Exame apontou que, em março, 1,6% das empresas do país atuava rumo à 4.0. Em setembro, o mesmo estudo verificou que o percentual passou a 2,8%.

“Bastaram seis meses para que dobrasse e esse crescimento ser dará cada vez mais rápido”, observa José Antonio Paganotti, coordenado do MBA em Gestão de Projetos em TIC. “É um caminho sem volta. Hoje, para se ter alta performance, 10% das atividades são resolvidas por algoritmos, 20% com uso de tecnologia e 70% pelas pessoas. Num futuro muito próximo, teremos 40% de algoritmos, 50 % tecnologia e 10% de gente”, diz.

Segundo ele, há uma série de pesquisas que mapeiam as empresas que ingressam nesse processo ou que o demandarão em breve. No curso, os alunos aprenderão como desenvolver cada etapa dessa transformação. “Abordaremos como tornar uma indústria controlada, como levá-la à automação, que é o 3.0, para chegar, com implantação de ERPs em um ecossistema que integra Big Data, AI e Business Inteligence”, afirma.

O curso também terá uma forte ênfase no desenvolvimento do empreendedorismo, que é uma das vertentes da Revolução 4.0. “A tecnologia barateia brutalmente os produtos e é preciso saber como aproveitar isso para gerar inovação, que não é qualquer coisa nova, mas algo que agregue valor, de fato, a um produto ou serviço”, diz.

Desta forma, o curso abordará, desde seu início, a prototipação. “Quando uma startup cria um app ou alguma solução nova, ela precisa apresentar isso de forma que seus diferenciais fiquem evidentes”, afirma. “Por isso, usaremos kits de computadores que permitirão aos alunos conectá-los a notebooks ou celulares para que os projetos sejam desenvolvidos”, explica.

Tradicional empregador de mão de obra intensiva, a construção civil passa por mudanças que devem transformar significativamente o setor. “Na China, um prédio de seis andares foi feito inteiro por uma impressora 3D. Na Holanda, uma vila inteira de chalés foi impressa. Onde está o ser humano trabalhando?”, indagou Fernanda Ferreira, coordenadora do MBA de Gerenciamento em Construção Civil.

Se, por um lado, essas mudanças reduzirão significativamente o número de empregos, elas tornam o gestor de projetos cada vez mais necessário. “A atividade passa por pela gerência de recursos, qualidade e, principalmente, a comunicação. O gestor de projetos deve administrar recursos, analisar custos, riscos, gerenciar contratos. Tudo isso deve ser integrado, o que é feito hoje com o uso de softwares específicos para a construção civil”, disse.

Dentre outros, o curso abordará o uso de ferramentas de engenharia simultânea, que avançam cada vez mais. “O 3D vai passar. O 4D, que possibilita a execução virtual da obra antes de seu início, já tem dez anos. Já o 5D incorpora a questão do orçamento. Cada peça do desenho vira uma composição orçamentária que leva em consideração tudo o que nela é empregado. No 6D, já entra a questão da sustentabilidade, enquanto que, no 7D, entram as facilities”, ilustrou.

A tecnologia no setor vai muito além da impressão. O Big Data chega para organizar a quantidade imensa de informação e conhecimento que cada obra traz consigo. Há softwares e apps para as mais diferentes atividades em uma obra, desde trenas eletrônicas a aplicativos de controle de ponto. “Hoje, ferramentas garantem a eficiência energética, como uso de águas pluviais e consumo de energia, realizam a gestão da segurança, entre outros. Reparos são feitos com drones, que servem também para que clientes e gestores acompanhem o andamento da obra. Tudo isso é feito de forma integrada”, diz Fernanda.

Os cursos, que começam em março, estão com matrículas abertas. Até o dia 20 de janeiro, há desconto de 40% na matrícula. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3311 2660 ou pelo e-mailposgraduacao@fundacaofat.org.br.

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