É preciso fomentar a educação

Em vez dos devaneios sem fundamentação científica, como o ensino domiciliar, os gestores da educação pública deveriam estar debatendo políticas públicas claras de fomento à educação. Embora muitas ações do governo atual possam ter ajudado a agravar a drástica redução de interessados no Ensino Superior (ES), em particular questionar o ENEM e trocar a chefia do INEP, responsável pela prova, a queda vem desde 2017, quando o número de inscritos no ENEM caiu 29,1% sobre 2016 e outros 9,8% em 2018 sobre 2017. Uma queda acumulada de 46,2%, dos 8,6 milhões de inscritos em 2016 para 5,1 milhões em 2019.

Na mesma linha, a forte alta de inscritos no exame para o certificado do Ensino Médio. Em 2018, dos 5,5 milhões de inscritos no ENEM, 1,69 milhões eram candidatos do ENCCEJA – Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos. Em 2019, esse número cresceu 75,7%, para 2,97 milhões, sobrando apenas 2,15 milhões interessados no ES.

Outro sinal da desmotivação com o ES vem dos contratos de novos alunos no sistema de financiamento estudantil público (FIES), que desabou de 21,3% para 5,7%. No pico do programa, em 2014, foram 733 mil novos contratos – número que caiu para 287 mil. Para 2019, prevê-se apenas 100 mil.

Sem uma nova proposta de política indutora ao acesso ao ES, o cenário pode ser ainda mais catastrófico.

César Silva – Presidente da Fundação Fundação de Apoio à Tecnologia.

Publicado em 09/07/2019 – 15h07min – Jornal do Comércio.

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