Novo Ensino Médio dá significado à aprendizagem, diz educador
Cesar Silva, presidente da Fundação FAT, considera que a Reforma do Ensino Médio traz maior foco e profundidade a temas essenciais que, até agora, não era apreendidos.
São Paulo, 23/01/2019
A Reforma do Ensino Médio é uma resposta regulatória ao fato que, após três anos de estudo, apenas 25% dos 8 milhões de cidadãos matriculados anualmente no Ensino Médio dão continuidade aos estudos, seja privado ou público. Esta é a avaliação de Cesar Silva, presidente da Fundação FAT, entidade sem fins lucrativos que atua nas áreas de educação e tecnologia. “A cada ano, 6 milhões de brasileiros que estudaram muitos temas, sem grande profundidade em nenhum deles, saem do fluxo educacional sem qualquer motivação para se graduarem e sem especialização que propicie uma inserção adequada no mercado de trabalho”, considera.
Segundo Silva, o modelo atual do ensino médio destina muito tempo a um estudo que não resulta em uma grande quantidade de saber, já que este não se aplica a sua continuidade e nem a uma atividade produtiva que gere receita.
“Quando tratamos da redução da quantidade de disciplinas, como determina a Base Nacional Comum Curricular, temos que ter certeza que o princípio norteador da proposta não é facilitar o aprendizado, mas sim dotá-lo de foco, para que se busque profundidade em temas essenciais que não eram, até agora, apreendidos. É o que ocorre com leitura e interpretação de textos, análise lógica, síntese de temas e vínculo do aprendizado a cenários da vida real”, diz. “Quando se fala em criticidade e critério, passamos a pensar na relevância dos temas estudados e na sua real aplicação. Ao saber o porquê da necessidade em se conhecer um tema, ele ganha relevância”, acrescenta.
O educador aponta que, diante da facilidade de acesso à informação, a capacidade de filtrá-la, analisá-la e aplicá-la é o diferencial esperado. “Os estudantes devem passar por níveis mais profundos de aprendizagem para se tornarem críticos, criteriosos e ativos na aplicação do saber de maneira efetivamente produtiva”, afirma.
Silva destaca que a Reforma do Ensino Médio prevê um quinto eixo de formação, que é o da Educação Profissional. Nele, os alunos poderão escolher disciplinas adequadas a um perfil voltado ao desenvolvimento de atividades profissionais demandas pelo mercado de trabalho.
“Este novo pensar e olhar a educação, com menor diversidade de temas, mas com mais profundidade e maior aproximação com o mundo real e do trabalho que precisa ser desenvolvido nas redes públicas e nas instituições privadas. Dissociar o saber da sua real aplicação no mundo do trabalho é ampliar a desigualdade socioeconômica e criar uma geração de despreparados para a vida real”, conclui.Fonte: Portal Comunique-se
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