Fundação FAT reúne mais de 180 pessoas em seu 1º Encontro Desafios para o Século XXI

Mais de 180 pessoas estiverem presentes no hotel Transamérica Executive Paulista, no dia 4 de agosto, para assistir palestras de especialistas em educação, tecnologia e carreiras sobre o impacto que as novas tecnologias causarão no meio empresarial e no mercado de trabalho nos próximos anos. Estes foram os temas do 1º Encontro Desafios para o Século XXI, realizado pela Fundação FAT.

Para o presidente da entidade, professor Cesar Silva, os profissionais que ingressarão no mercado nos próximos anos encontrarão desafios monstruosos, que surgem a partir da disrupção que emerge em todas as áreas da economia. Nesse cenário, a educação se tornará ainda mais fundamental. “Toda transformação vem através das pessoas. Elas, portanto, têm de estarem abertas ao conhecimento, o que torna a educação fundamental nesse processo”, disse. Segundo ele, o processo de ensino exigirá uma nova forma de atuação por parte dos mestres. “O professor não será mais o detentor do saber. Sua figura passará a ser mais a de um ativista, a de um agente que contribui com o processo de ensinar o aluno a aprender”, afirmou.

O professor Francisco Borges, consultor da Fundação FAT em políticas públicas voltadas ao ensino, destacou que o principal desafio a ser encarado por educadores nos próximos anos será garantir a motivação dos alunos pelo aprendizado. “Como os conteúdos hoje são disponibilizados como se fossem commodities, é necessário que se ensine como conectar essas informações”, disse. Segundo ele, hoje, as instituições de ensino não estão preparadas para ofertar esse tipo de aprendizado. “Elas são compostas por pessoas que foram formadas, criadas e desenvolvidas numa metodologia anterior, que era a de disseminar conteúdos, ao invés de conectá-los, como é necessário hoje.”

Guilherme Ferrari, professor de gestão empresarial e sócio-fundador da Sapiens Escola de Negócios, um dos palestrantes do evento, considera que o profissional do futuro terá de inovar constantemente. “A crise que vivemos hoje é resultado de um novo mundo que se revolta contra o velho. Uma das questões importantes nesse mundo novo é que ele não perdoa quem não inova. Neste cenário, o problema não é errar: é não evoluir”, disse. Ferrari considera que a adaptação não será mais fator de sobrevivência. “Temos perfis profissionais que foram se adaptando ao longo dos anos e acabaram extinguidos. A necessidade atual é inovar, o que significa mudar completamente. Isso é disrupção, tanto na forma como se trabalho quanto na administração de um negócio. Para tanto, será necessário se encarar o estudo como um processo permanente, que garanta a absorção contínua do conhecimento”, afirmou.

Também enfatizando a importância crescente de que o ensino tem a partir de hoje, José Antonio Paganotti, autor do livro Processos Decisórios e professor de Gestão da Qualidade em Projetos, destacou as mudanças que já acontecem na Europa e nos Estados Unidos por conta da Indústria 4.0. “Com a Internet das Coisas, diversas atividades realizadas por humanos passam a ser delegadas a máquinas. Para se adequar, é necessário um preparo contínuo”, afirmou. Para o especialista, os profissionais que obterão as melhores oportunidades de trabalho serão os que se capacitarem para a atuação com AI, desenvolvimento de softwares e automação.

Edson França Tarcísio, mestre com 32 anos de atuação na área de tecnologia e co-autor do livro Implementação em SQL, PL/SQL, observou em sua palestra que profissões já muito valorizados atualmente, como engenheiro e cientistas de dados, deverão ter importância ainda maior nos próximos anos. “Quando falamos de Big Data, falamos da necessidade de profissionais que saibam como modelar quantidades imensas de dados”, afirmou. Outras áreas que, por conta da demanda, deverão oferecer oportunidades atraentes são a de hospedagem em nuvem e governança de dados. “São questões já bastante críticas, por conta de toda infraestrutura envolvida, com dados sendo processados em locais diferentes e com a necessidade de estabelecimento de processos que garantam sua segurança”.

Fábio Correa Xavier, professor com mais de 20 anos de experiência na área de sistemas, também destacou que o setor de tecnologia manterá uma demanda forte por profissionais nos próximos anos. “O crescimento do IoT é um exemplo. Isso só crescerá. Em 2010, havia 10 bilhões de dispositivos conectadas à internet. Em 2020, deverão ser mais de 50 bilhões”, observou. Segundo o especialista, além do preparo técnico, os jovens que ingressarão no mercado nos próximos anos devem se atentar à postura comportamental, o que hoje é uma dificuldade encontrada por gestores da área em processos de recrutamento. “Muitos dos que chegam ao mercado de trabalho não possuem a humildade de reconhecerem que têm o que aprender. Acham que sabem tudo, não transmitem nada e, ao mesmo tempo desconhecem conceitos como planos de negócios, sem o que o conhecimento em tecnologia não produz resultados. Há até os que chegam preparados tecnicamente, mas, quanto a relações interpessoais, deixam muito a desejar”, observou.

Além dos especialistas, o evento contou com a participação de profissionais de diversas áreas que contaram suas experiências sobre como a continuidade dos estudos na área de tecnologia impulsiona suas carreiras. Foi o caso de Luiz Correia, que é aluno do curso de pós-graduação em Business Inteligence que a Fundação FAT realiza em parceria com a Unifil. Embora atue com BI há vários anos, Correia considera que a evolução do segmento demanda um preparo contínuo dos que nele atuam. “Os cursos são fundamentais tanto para os que querem ingressar na área quanto para os que, como eu, têm anos de experiência. Já atuei com BI em diversos segmentos, como saúde, contact center e outros. Mesmo estando no mercado, as mudanças são muito profundas. O profissional deve realizar cursos sempre, para se manter atualizado”, afirmou.

“O volume e as origens dos dados cresce muito rápida e intensamente, da mesma foram como seus formatos se diversificam cada vez mais. A busca por dados que possibilitem que um negócio se adéque aos anseios de seus consumidores, que é a função principal da Business Inteligence, torna-se mais complexa a cada dia. O preparo acadêmico, que era fundamental para o ingresso no mercado, hoje é necessário para que o profissional permanece na sua área de atuação”, concluiu.

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